quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Contratando funcionários

Vivemos com a placa de aceita-se currículos na frente da loja. Porque, toda hora alguém pede demissão, ou temos de demitir alguém que não está atingindo a performance desejada. É aquela velha história, vassoura nova varre melhor, algumas duram muito tempo, outras estragam rapidinho....

Lembro do meu primeiro emprego, fui trabalhar em um escritório em uma cidade afastada da Grande São Paulo. Curiosamente, só tinha mulheres no lugar, todas morando nas redondezas, um lugar que era efetivamente muito pobre e pouco desenvolvido, nem tinha escolas de nível técnico ou faculdades na região. Pra falar a verdade, nem ônibus tinha para as pessoas virem trabalhar, tanto é que a empresa oferecia um serviço de ônibus fretado de graça.

O tempo passou, estas pessoas mais simples acabaram sendo trocadas, seja por demissão ou porque pediam para sair. O que pegava mesmo era a falta de qualificação profissional. Por outro lado, sobrava dedicação, respeito à companhia. Todas viravam clientes e defensoras dos produtos da empresa.

À medida que o tempo passava, a situação evoluía. O carro começou a se tornar um bem relativamente comum aos empregados. Assim como uma melhor formação educacional, o tempo passou e começaram a aparecer pessoas com graduação superior, pós-graduação, MBA e cursos de extensão de vários tipos. Nunca veio, no entanto, ninguém com título de mestrado ou doutorado, sei lá por qual razão. As pessoas mais simples, de antigamente, saíam do escritório religiosamente as 17:30, sob pena de perder o ônibus e não ter como voltar para casa. Estes empregados mais graduados e motorizados tinham um horário bem mais flexível, e extendido e diria. Mas estes funcionário também ficavam muito menos tempo na empresa.

Creio que os cursos universitários, extensão e MBA criaram esta história de networking, implicando num giro muito rápido de empregado. Aliado ao fato de que estas pessoas querem uma carreira rápida, o que só pode acontecer em empresas com crescimento forte ou líderes de mercado. Quando eu saí desta empresa, ela passava por uma crise comercial séria. Porque os clientes passaram a adotar a postura de fidelidade a preço, e não fidelidade à marca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário