quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Patrocínio no esporte - desvirtuamento de valores

Acho que o principal problema com o esporte no Brasil é que acabamos não tratando o tema como espetáculo, deveríamos ver o esporte como forma de lazer e entretenimento. Em vez disso, fazemos do esporte uma forma sectária, onde preferências por um time descartam qualquer outra forma de apreciar outro jogo de outro clube. Um corintiano, de forma alguma, sairia para ver um jogo do São Paulo ( e vice-versa).

O que acontece, porque conduzimos o esporte desta maneira, é que a principal fonte de renda de um clube é patrocínio. E com o patrocínio, desvirtuamos totalmente a fonte de renda do esporte. Em lugar do esporte ser apoiado por quem aprecia o esporte em si, os estádios ficam lotados apenas por gangues, que afastam ainda mais a população em geral, pois por vezes preferimos ver o jogo de graça na televisão.

Aí quem sustenta o time de futebol é uma empresa, que nada tem a ver com futebol. Lembro do caso da Eletrobrás, que patrocinava o Vasco da Gama, do RJ. Que interesse tem esta empresa do setor elétrico no futebol?

Criamos outro desvirtuamento na medida em que muito poucos ganham extremamente bem. Porque o futebol, por exemplo, deveria se sustentar preferencialmente por renda de bilheteria, onde ao pagar o ingresso nós estamos democraticamente dizendo quanto vale o salário do time de futebol. Quando um atleta é patrocinado, delegamos a um terceiro a decisão de juízo do valor.

Mas talvez um dia eu consiga ir a um estádio de futebol num domingo, passar o dia no estádio, que vai ter um shopping center, restaurante. E durante o jogo estaria com a família, vendo o espetáculo, bebendo e comendo iguarias. No intervalo do jogo talvez tivesse algum espetáculo. E se a gente quisesse utilizar o banheiro, ele estaria limpo e cheiroso. Na hora de chegar ou ir embora eu não teria medo dos vândalos.

E voltaria de lá feliz, como se tivesse passado o dia no melhor parque de diversões do mundo.

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