Eu, por morar em São Paulo, me sinto em contato com dois universos totalmente diferentes.
Existe um mundo à parte, do qual fazem parte shopping centers, como Cidade Jardim, JK Iguatemi e Iguatemi São Paulo. Lugares onde as pessoas acham normal pagar R$2.000,00 por uma caneta, compram e sabem que nunca vão utilizar.
Na outra ponta, regiões de comércio popular, onde itens de R$3 existem aos montes, e mesmo assim vemos pessoas com dificuldade de comprar. Lugares onde mesmo compras de R$50,00 podem ser negadas, pois o cliente não tem limite de crédito suficiente.
A cidade de São Paulo está toda sendo construída em função do mundo dos ricos. Avenidas largas, acesso fácil de carro, pode reparar é assim em praticamente todos os shopping centers.
Toda uma economia à parte foi montada em cima da cultura do shopping center. A começar pela renda, alguns trabalhadores conseguem salários bem razoáveis para sustentar este modelo de consumo. Notei isto quando trabalhei na iniciativa privada. Contratamos um técnico por salário equivalente a uns R$4.000,00 a preços de jan/2014. Trabalhou um ano, e na sequência já externou que desejava um aumento de salário e promoção. Como não conseguiu, pediu demissão logo em seguida.
Falando com alguns recém-formados de cursos de MBA feitos nos USA, notei que em geral estas pessoas externavam desejo claro de se tornarem diretores em menos de um ano. Um deles declarou claramente que desejava o cargo do Presidente da multinacional onde trabalhávamos.
Ao mesmo tempo, na empresa onde tínhamos coisa de 14.000 empregados, o salário mais comum era na faixa de R$900,00. Uma pequena casta, composta de gerentes e diretores não chegava a coisa de 300 pessoas, todas bem remuneradas. Um presidente chegava a ganhar coisa de R$4 milhões por ano, fora benefícios.
É para estes poucos privilegiados que a economia está voltada. Ainda que, em teoria qualquer possa entrar no shopping e comprar estes produtos, das marcas mais desejadas. Interessante você perceber que quando compra estes produtos, estamos sustentando e avalizando este modelo de consumo.
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