segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Cidade dos muito ricos

Cena 1:

Semana passada, tivemos uma cliente em nossa loja, ela escolheu vários itens de primeira necessidade para um bebezinho, como body, calça e mesmo uma banheira. Total da compra R$55,00, ao tentar passar o cartão de crédito, a máquina informou transação não autorizada, com aquele código 51, que a gente já aprendeu a ler como limite de compra excedido.


Cena 2:

Numa enorme loja de produtos eletrônicos, televisores enormes, 3D e tudo que você possa imaginar. Ali, olhando uma tv 4k Sony com mais de 50 polegadas o cavalheiro olhando e discorrendo para o amigo sobre as qualidades do aparelho. E emendou o fim: eu já comprei, algum tempo atrás. A brincadeira custa mais de R$10.000,00 na loja.

Dá para sentir um gosto de revolta com estas disparidades. Dói mais ainda quando a gente os corredores e lojas lotados nos shoppings de SP, em especial aqueles mais caros, ostentando relógios em vitrines que custam mais de R$10.000,00, ou notebooks de R$4.000,00.

Mas talvez eu esteja enganado, e o futuro do comércio realmente seja estruturado para vender produtos de alto valor agregado.

Pois é, continuo vendo muita gente na fila de hipermercados como Wal-Mart, que não têm o melhor preço. E raramente vejo gente no supermercado cujo cartão esteja sem limite para a compra.

Existe uma espécie de nova relação de renda e consumo, que eu senti algum tempo atrás, quando eu contratei um técnico para trabalhar, formação em administração de empresas, pouca experiência. Ofereci um salário que considerei bastante interessante, coisa de R$3.500 a valores de 2014. O rapaz ficou menos de um ano, pediu demissão pois considerou que o valor era baixo para suas pretensões e necessidades. Verdade seja dita, esta mesma empresa pagava salários por volta de R$20.000 para gerente de loja, com direito a um carro mais prêmio anual de 9 salários, então podemos dizer que ele realmente ganhava pouco em relação aos outros empregados. Tudo bancado por vendas a consumidores de classe média.

Bem, por me sentir mal em relação a preços dos produtos versus quanto as pessoas ganham, tenho tentado escolher muito criteriosamente as lojas onde efetuo minhas compras. Afinal, é muito difícil ganhar dinheiro, e não me sinto bem dando boa vida a estas redes de varejo.

Coisas que tomo como base para escolher onde fazer compras:

- qualidade dos produtos: é fácil perceber, de olhar se tem coisa boa ou não. Em hipermercados, a qualidade é extremamente baixa, tem preços bem competitivos nas feiras livres com qualidade infinitamente superior.

- local: facilidades como estacionamento, ar condicionado, local de fácil acesso são muito boas, mas é claro que estão embutidas no preço do produto.

- sempre que possível, é melhor comprar em pequenas quantidades, evitando as lojas muito grandes. Ocorre assim, você sai para comprar, digamos, um pé-de-alface, vai no hipermercado e vê aquela infinidade de produtos e pode acabar voltando para casa carregando uma TV de LCD.

Considere também que pouquíssimos são os itens cuja compra você realmente precisa. Dá para viver com bem menos do que você já tem. Mas considere que comprar, consumir é importante para você, traz um prazer indescritível. Não se negue, mas veja com muito cuidado aquilo que você realmente precisa, ou que você decidiu aproveitar a vida.

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