O problema na Europa, na minha modesta opinião, está ligado a três principais fatores:
- Desigualdade entre os países participantes do MCE, o que significa que países menos desenvolvidos tem de pegar emprestado em bancos para fechar suas contas. É diferente do Brasil, por exemplo, aqui os estados, em certo grau, sobrevivem graças à União, ou seja, estados mais ricos podem sustentar estados deficitários.
- Falta de mercado para escoar sua produção. Europeu, em geral, não consome tanto quanto os norte-americanos por exemplo, e a Europa a muito tempo deixou de oferecer produtos a preços atrativos para o mundo, quais as grandes marcas européias você se lembra? E pense nas marcas coreanas, chinesas, quantas você conhece e tem em sua casa? A Philips é um bom exemplo disso, considero uma marca decadente. Talvez a exceção sejam as montadoras européias, que se garantem a base da qualidade de seus produtos.
- Sistema previdenciário e de benefícios sociais muito bons, acima da média mundial. Coisa que também afeta o Brasil. Só para um exercício rápido, suponha que a contribuição média do empregado para o sistema de previdência seja de 8% do salário. Então será necessário ter ao menos 12 trabalhadores para cada aposentado, e o déficit teria de ser bancado pelo Estado. Uma população que envelhece tem cada vez mais aposentados, e menos trabalhadores.
Aonde isto nos afeta? Principalmente nos preços dos produtos e nos empregos que podem ser gerados aqui no Brasil. Sei que a gente reconhece a qualidade de produtos de marcas como Chicco, Avent, Nuk, mas vale o preço que se pede? E quando a gente compra um produto de um fabricante europeu estamos fazendo necessariamente uma transferência de renda daqui do Brasil para um país Europeu, que em maior ou menor grau vai financiar benesses do sistema econômico europeu.
Até achei estranho quando, o auge da crise, países como Itália teriam de captar recursos a taxas de juros da ordem de 6% a 7% ao ano, pois aqui a gente acha normal o governo captar a taxas da ordem de 12% aa.
É claro que a gente vai continuar usando coisas feitas na Europa, como carrinhos de bebê, óculos, televisores e carros, e continuarei a admirar países como a Alemanha e Reino Unido. Mas quero ter o direito de criticar o modo de vida deles, e deixar claro que não acho justo financiar um meio de vida melhor do que aquele que nós, aqui no Brasil, podemos usufruir.
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