terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Enganando os credores

É insuportável, toda semana liga aqui na loja uma empresa de cobrança. Não, não são débitos da loja, são débitos que pessoas que trabalharam em outra empresa que ficava neste endereço e telefone.

Como perfil, estas pessoas acabam sendo bons vendedores, ao mesmo tempo em que gastam relativamente muito, considerando-se o que ganham. Vivem mais ou menos na corda bamba, qualquer soluço leva a inadimplência. Cedo ou tarde, pedem para sair, ou decidimos pela rescisão destas pessoas.

Como fazem:
- trabalham com a gente algum tempo, pois sabem que após um ano de carteira assinada já conseguem crédito;
- não informam telefone fixo, apenas celular, que podem desligar após alguns anos;
- as empresas que concedem crédito não verificam conosco o perfil da pessoa, no máximo conferem se realmente são empregados nossos. E estas pessoas consideram que é praticamente uma obrigação que a gente confirme positivamente os dados. Uma vez uma loja de móveis me ligou aqui, estava fechando a loja, com as luzes apagadas, o telefone tocou, pensei ser alguma emergência, mas era apenas a Marabrás querendo referência de uma das vendedoras.
- compram e pagam enquanto estão trabalhando conosco. Quando as contas apertam de vez, alegam qualquer motivo para sair, ou começam a criar problema, pois aí somos levados a fazer a demissão. Ocorre que na cabeça destas pessoas, a demissão acaba sendo uma boa decisão, pois permite levantar algum dinheiro de forma rápida. E também acaba possibilitando que a pessoa fuja dos credores;
- claro que muitas moram em casas alugadas, o que dificulta sua localização no futuro;
- São compras de itens de bens de consumo, pois neste caso o credor não tem nem como ir atrás do bem, que já se encontra desgastado e consumido.

Dito tudo isto, muito me espanta que empresas do porte do Bradesco e Itaú ainda entreguem a cobrança na mão de empresas de cobrança e escritórios de advocacia. A chance de recuperação do valor é zero!

Mais curioso ainda é que os bancos me ligam de forma recorrente. Eu aviso, explico tudo, mas os bancos não parecem guardar a informação no banco de dados, então voltam a me ligar.

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