sábado, 28 de janeiro de 2012

Falta de transparência e desconhecimento do processo

Esse caso da utilização do hidróxido de amônia nos hamburgueres do MacDonald's me lembra um caso ocorrido em uma empresa onde trabalhei.

Na época foi noticiado na mídia que estas grandes empresas varejistas de moda como Renner, Riachuelo, C&A, Marisa e outras empregavam mão-de-obra escrava na produção de mercadorias. De certa era desconhecimento do processo mesmo, pois estas empresas não utilizam mão-de-obra escrava. Mas um desconhecimento meio que causado por fazer vistas grossas e por fechar os olhos.

Ocorre que a pressão por custo é muito alta em empresas varejistas. Quando chega um fornecedor oferecendo preços baixos, difícil para o comprador recusar. Porque o comprador em lojas de varejo vive pressionado por obter sempre margens melhores.

E nos dias de hoje, os profissionais viram gerentes de escrivaninha, raros são os casos de quem vai até a instalação do fornecedor. E mesmo que vá, pouco vai poder aferir sobre o processo produtivo, por desconhecimento do processo ou mesmo porque o fornecedor terá se preparado para a visita. Para complicar ainda mais, o fornecedor pode terceirizar (ou até quarteirizar) partes do processo produtivo, o que inviabiliza qualquer inspeção sobre a condição de trabalho.

Claro que estas empresas não querem causar dano ou se apropriar desta forma dos recursos produtivos. Mas há uma certa conivência com o processo na busca por aumento de margem e lucro.

E o dano de imagem pode até ser grande, mas a memória das pessoas é bem volátil, pouca gente se lembra do fato após alguns meses. Às vezes as pessoas nem se importam muito com o processo de fabricação, muitas vezes ao consumidor final o que conta mesmo é preço.

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