sábado, 22 de fevereiro de 2014

Ebooks grátis: valem a pena?

Quem navega na internet acaba encontrando inúmeras ofertas de ebooks de graça para baixar. Alguns naturalmente sem DRM, obras de domínio público, outros ebooks são edições que alguém comprou, removeu a proteção e disponibiliza de alguma forma na internet.

Em qualquer das modalidades, com proteção ou sem, as ofertas são inúmeras e muito generosas. Sites como a Livraria Cultura possuem acervo de até 10.000 ebooks grátis. Já obras que são disponibilizadas sem proteção (sim, pirataria) são muito mais escassas e menos generosas, mas acaba sendo uma forma de ter acesso as publicações de forma livre.

O tamanho dos aquivos ebooks são diminutos. Localizei um link para cerca de 1000 ebooks, com uma boa conexão de internet, bastam poucos minutos para baixar toda a coleção. Ainda assim, comprar livros ainda é melhor, pois a livraria irá armazenar o livro para você, disponibilizando somente quando você precisar.

As livrarias on-line estão lutando para o sistema de ebooks emplacar, mas eu ainda vejo com imensas ressalvas. Num país onde não temos a cultura de ler, duvido que os ebooks venha a ser sucesso algum dia.

O último livro que estou lendo, Feche Bem os Olhos de John Verdon, que deveria ser um best-seller, tem apenas 43 pessoas que leram o mesmo ebook que eu até agora, segundo o aplicativo da Livraria Cultura. Quase nada.

Fato é que não existe nem perspectiva de mudança no cenário. Com uma renda que muitas vezes as impede inclusive de comprar roupas e se alimentar de forma decente, é improvável que sobre tempo, ânimo e dinheiro para ler.

Culturalmente, o povo é muito aberto a pagar R$50 para ver um jogo de futebol por semana do que pagar R$20 por um livro ao menos uma vez por mês.

Ou no caso de um exemplo mais próximo do dia a a dia da nossa loja, os clientes se interessam muito mais por um culote de bebê de R$3,00 do que qualquer brinquedo que a gente possa oferecer, não importa o preço. Ou a imensa maioria dos clientes que negam a compra de um produto de R$9,00 por outro de R$3,00, mesmo que isso signifique produtos fabricados de forma ilegal, sem pagar impostos e de qualidade inferior.

De qualquer forma, não é preço baixo que determina a compra, mas muito mais os hábitos de consumo e fatores culturais da população.

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