segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

São Paulo: a cidade sendo construída para os mais ricos

Meu termômetro para a cidade são as lojas que existem, e como elas se apresentam para nós consumidores. Em especial na zona sul, estão os shopping com preços mais elevados, voltados para um consumidor de renda alta.

Veja, por outro lado, que praticamente inexistem empreendimentos voltados ao comércio popular, de preços baixos.

O que acontece é que tanto indústria quanto comércio necessitam preços médios elevados, pois a própria mão-de-obra empregada custa mais caro. Um proprietário de um pequeno comércio de bairro talvez consiga uma retirada de lucros de R$3mil a R$4mil por mês, como é o caso de pequenas lojas que eu vejo perto de onde moro. Um gerente de uma empresa deste mercado mais caro certamente consegue um salário acima de R$5mil, e some-se a isso um bonus anual e benefícios como assistência médica, pronto temos aí o painel.

Ainda assim a gente vê que num shopping center você tem vários trabalhadores "baratos", com salários abaixo de R$1.000,00. Não é para este público que se constrói um centro de compras elegante.

De forma geral, um shopping center é empreendimentos para poucos consumidores, mas estes poucos consumidores geram lucros maiores que os lucros proporcionados nas lojas populares da periferia.

É comum vermos lojas populares abarrotadas de gente e de mercadoria. Mas estas lojas populares não se posicionam em shopping center, pois as margens de lucro são pequenas para manter um loja aberta. Shopping center foi concebido para vender altos valores unitários para poucos clientes. Lojas populares foram pensadas para vender itens de baixo valor para muitos clientes.

Quando vejo uma loja de rua lotada de clientes, para mim significa apenas falta de oferta de empreendimentos do tipo. Mas com preços e margens de lucro baixas, não é atrativo para empreendedores.

Assim é a cidade de São Paulo, cada dia mais shopping center e lojas sofisticadas, prontas a atender a uma parcela mais rica da população.

Enquanto lojas de rua na periferia sofrem para se manter.

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