segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Comércio ético: lojas devedoras de impostos

Uma cliente nossa, uma senhora mãe de duas filhas professoras, nos disse que queria a nota fiscal, o que para nós não é nenhum problema, nunca deixamos de emitir a nota fiscal. Como que se desculpando, ela me informou que fazia isso porque as duas filhas trabalham na rede pública, é que as filhas pediram para que ela sempre pedisse notas fiscais, pois era daí que vinha o dinheiro para pagar o salários das filhas. Perfeitamente justo e correto, pensei.

Mas não era uma cliente regular da nossa loja, imaginei que ela provavelmente comprava itens nas lojas concorrentes, muitas delas sei que claramente não emitem os cupons fiscais, apesar de serem grandes lojas, com várias filiais, o que certamente a faria ter algum processo de execução fiscal. Por exemplo, uma simples busca no site da Procuradoria Geral da Fazenda, descobrimos que esta grande loja tradicional do centro da cidade tem inscrição na dívida ativa da União, provavelmente deve imposto de renda, pois o detalhe da informação está protegida pelo sigilo fiscal. Cabe ao Governo fiscalizar e cobrar, mas creio que eles preferem postergar uma decisão mais radical, sob pena de perder o imposto que vem sendo pago e preservar alguns empregos. Se fechar a loja, simplesmente o empresário não terá como pagar mais nenhum imposto e ainda eliminará vários postos de trabalho.

Apesar e todos estarmos sujeitos a dificuldades financeiras esporádicas, é claro que nunca podemos aceitar que um empresário, que explora uma atividade, notadamente voltada a população de baixa renda como é o caso do comércio de rua, se aproveite de sonegação de impostos.

Outras pessoas que trabalharam como empregados deles também nos disseram que raramente eles mantém o funcionário por mais de 3 meses trabalhando. Antes do fim destes prazo, as vendedoras são demitidas e substituidas. Tal fato é para evitar os custos de rescisão, quanto antes a demissão pude ser feita, tanto menor é o custo para a empresa. Pior ainda, foi uma ocasião que notamos uma vendedora recebendo abaixo do piso indicado pelo sindicato.

Para a maioria dos clientes, no entanto, estas atitudes do empresariado são indiferentes. Enquanto consumidores, com renda limitada, buscamos apenas obter o menor preço possível, mesmo que isto represente um dano a outra pessoa, e se o único lesado for o Governo, costumamos nos importar menos ainda.

Mas se você puder, tente buscar uma relação ética e consciente em suas compras. Uma loja ética e honesta que não sonega impostos é indicativo forte de que ela não irá tentar explorar você, cliente.

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